14 dezembro 2012

Você vê a luz, vê?



E a vida vem, a inocência vai, e no meio do mar eu vou deixando meus sonhos pueris, afundam-se outros já mais maliciosos, e eu me faço de João, de Maria, de bruxa… Deixo uma trilha, uma trilha marcada com migalhas de pão, compassos, sangue, chocolate e lembranças embaçadas, faltam-me as lentes (convergentes? divergentes? já nem sei…). Só que eu sou esquecida, me esqueceram e me esqueci que em alto-mar não tem apoio, não posso me jogar um pouco ao fundo e empurrar, com os pés, a areia com alívio, mesmo que no fundo eu receasse: posso pisar em uma concha e rasgar a pele. Quiçá rasgar a pele seja agradável (amável?) agora, porque talvez seja isso que eu seja (concha, concha, preciso fugir… ). Não alcanço mais o fundo, mas e se eu não alcançar a superfície também? Dizem que não importa, a vida é esse sopro ao mar (do mar?) que move o barco. Dizem mais: que o realmente faz a diferença é o sentir seu impacto em nossa face (assim, de perto). O problema é que eu estou preocupada demais com o som de lá (e é lá). Menor, maior? Não sei… Talvez eu precise soprar mais forte, mas debaixo d’água meu fôlego é escasso. Se eu fechar os olhos (luz, luz!), respirar vagarosamente e deixar a água mandar, eu chego ao fundo? (você vê a luz, vê?)


5 comentários:

  1. Amei o texto Bia, emm só para avisar to seguindo o blog amor. Vi lá na capricho. rsrsrs
    Enfim bjão, Ale
    blog-rascunhosalapis.blogpost.com

    ResponderExcluir
  2. http://meninadesonhosedesejos.blogspot.com.br/ visitem

    ResponderExcluir
  3. Que texto lindo, Bia. Tão suave...
    Beijos, Cyn.
    http://ograndetalvez.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

 
Designer By.: Jeff Bolton