27 dezembro 2011

Sobre príncipes encantados e finais felizes.




Em uma madrugada, participei dos contos de minha infância.

Lá estava eu, conversando com uma princesa, com direito a vestido e coroa. Tudo como em um filme. Foi algo tão mágico, mas até em meus sonhos a minha saudade não me deixa, logo, mesmo com uma divina Cinderela a meu lado, bateu uma solidão. Comecei a me queixar com ela e tivemos um grande dialogo, mas a parte que mais me marcou foi a seguinte, lembro dela palavra por palavra… Já estava aos prantos na frente daquela linda princesa, foi então que perguntei soluçando:
- Sempre que alguém me contava uma história, nela havia príncipes encantados e finais felizes… Porque eu não posso ter o meu próprio conto de fadas? Porque nada disso acontece comigo? – Quando terminei de falar, a olhei desesperadamente aguardando uma resposta, mesmo achando ter feito uma pergunta retórica.
Ela me olhou com olhos que acolheram minha alma, com uma ternura que invejei cada segundo que estive em sua presença, e então pronunciou lentamente, enquanto enxugava um pouco de minhas lágrimas.
- Quanto a príncipes, meu anjo, todo homem tem um pouco de príncipe, é só você ser perceptiva.
Parei de chorar e fiquei a observando, tentando acreditar no que dizia. Talvez até fosse verdade, nunca se sabe. Mas mesmo assim, não era o suficiente pra me fazer ficar bem, não naquele momento, então fui buscando mais consolo e, perguntei, esperando uma resposta à altura da anterior.
- E porque mesmo que tenha “príncipes” em minha vida, tudo sempre acaba sem um final feliz?
Ela riu e encheu todo o ambiente com sua graciosidade, segurou minha mão com firmeza e sussurrou como se me confidenciasse um segredo:
- Nunca acredite em finais!

Um comentário:

 
Designer By.: Jeff Bolton