09 janeiro 2012

Eu te amo, mas não gosto de você.

- Alô?
- Sou eu.
- Eu quem?
- Você sabe quem.
- Hm, o que você quer?
- Além de você?
- Lógico.
- Ouvir tua voz.
- Já são onze e meia da noite!
- E desde quando você se importa com a hora que te ligo?
- Desde quando terminamos.
- Hm…
- Não te entendo.
- Nem eu. Mas sei do que gosto, e gosto da sua voz.
- Você me acordou.
- Eu percebi. Vê? Por isso que gosto da sua voz. Ela acaba me deixando mais perto de ti…
- Pois pra mim nunca esteve tão longe.
- Tudo depende do ponto de vista.
- E o meu não está nada favorável.
- Nunca foi. Mas sou extremamente chato e insisto naquela coisinha que chamam de amor.
- Amor? Meu amor sempre foi solitário. Você nunca me disse sequer um “Eu te amo”.
- Eu te amo.
- Prepotente.
- Ainda te amo.
Risadas.
- E eu ainda a faço rir, também.
- Faz.
- Ponto pra mim.
- Você está com um placar bem negativo.
- Posso repetir que te amo a noite inteira.
- Não. Não pode.
- Tem razão. Desvalorizaria a expressão. Pois saiba que o meu “Eu te amo” foi único e está em alta na bolsa de valores.
- Não te entendo…
- Não tente. Gosto da idéia de ser uma caixinha de surpresas, assim como és pra mim.
- Mas eu não gosto e preciso muito ir dormir.
- Certo. Bons sonhos.
- Pra ti também.
- Tento.
- E, Dave…
- Sim?
- Eu te amo. Mas não gosto de você.
Por fim, o silêncio.

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